Você provavelmente já andou em um carro de sua empresa, talvez até já tenha trabalhado em alguma indústria que leva adiante princípios e ideias trazidos à tona na Administração moderna por ele. Mas quem, afinal, foi Henry Ford?
Nascido em 1863, Henry Ford é uma figura bastante controversa na história mundial, mas que foi muito influente no estudo da Administração. Aderente a princípios das teorias Clássica e Científica da Administração, Ford iniciou a carreira como entusiasta das corridas de carros, levando esta paixão à indústria que montou e que permanece até hoje.
Henry Ford aplicava em sua indústria princípios de redução de tempo e movimentos desnecessários, maximizando o tempo que os funcionários estavam dedicados à produção e melhorando sua produtividade. Para melhor utilizar este princípio, Ford também aplicou o uso de linhas de montagem, dando diretrizes bem definidas sobre o funcionamento das linhas de montagem.
Seus carros, devido à forma que foram montados, eram muito mais baratos que os veículos anteriores e possibilitaram a difusão deste meio de transporte ao público. O Ford Model T, produzido a partir de 1908, é considerado por muitos como o primeiro carro popular. Produzido originalmente com apenas duas portas, o Model T vinha com o volante do lado esquerdo, um design copiado pelas outras montadoras e utilizado desde então na maior parte do mundo.
Além das técnicas de redução de tempo e movimentos, Ford também apoiava o capitalismo do bem-estar social, ou seja, uma política de benefícios e bons salários, de modo a fazer com que os bons funcionários permanecessem em sua indústria, sem perder tempo treinando novos funcionários e mantendo sempre a boa eficiência. Para isto, Ford surpreendeu o mundo em 1914 ao adotar um piso salarial de 5 dólares por dia (algo equivalente a 120 dólares por dia nos dias atuais), o que chegou a mais de duplicar o salário da maior parte de seus colaboradores, se certificando de que eles se manteriam em sua organização e também atraindo ótimos mecânicos que estavam em busca de condições e salários melhores.
Mas nem tudo é tão positivo. Ford era completamente contra sindicatos, alegando que alguns de seus líderes, mesmo que tendo boas intenções, acabariam trazendo mais mal do que bem aos trabalhadores. Ford também detestava os judeus, inclusive forçando um de seus assistentes a imprimir secretamente um jornal de sua própria autoria chamado “The Dearborn Independent”, onde ele abertamente criticava os judeus, e forçava todos os revendedores da Ford na época a distribuirem exemplares deste jornal junto com todos os carros vendidos. Eventualmente, seu antissemitismo acabou prejudicando as vendas, forçando Ford a se desculpar em público e fazendo com que muitos revendedores retirassem todos os jornais e os queimassem para minimizar o impacto.
Não é muito difícil imaginar o motivo de Ford ser tão controverso: por um lado, Ford era um pacifista (criticando abertamente a primeira guerra mundial), adotava uma política de benefícios para os seus empregados e trouxe grandes inovações para as indústrias. Por outro, Ford era altamente antissemita (a ponto de esta característica ter sido elogiada pelo próprio Adolf Hitler) e apoiar o consumismo até o fim, acreditando que seria uma forma de alcançar a paz.
A única conclusão objetiva que podemos chegar é a de que Ford ajudou muito a mudar o mundo. E mudá-lo ele conseguiu.
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